We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.
/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      €10 EUR

     

1.
ninguém passeia no mar preso pelos cornos o carneiro espera nada o enche de desespero numa cidade de cães cegos que viram o Sol a insónia nem a soco se destrói em segredo a certeza de um lugar onde não se está é o idílio em França os romanos gostam de rum (Homero do!) numa cidade de cães cegos que viram o Sol cresce até voar voa um azevinho e os touros finalmente seres marinhos alguns enchem as nuvens. Lyrics by Paulo Ramos
2.
Tenemos todo dentro, la noche es un dragon que saca su lengua y escupe fuego. El alba no nos sorprende las personas que caminan en la misma calle donde se ahoga mi canto han muerto. Tenemos todo dentro, la piedra dormita desde hace siglos y seguirá en su sueño cuando ya no quede nadie y el dragón inunde su rostro con las lagrimas del mismo mar donde te arrancaste los ojos. Lyrics by Andrea Espada Vadillo
3.
পরি য় যপর্টর বিির্র যিামার গুঁর্ে বদচ্ছে নৃশংস পাবখর পািক ওইটুকুবনশানা আমার িু বম ির্য় বনর্য় োও সংসার্র যেখার্ন োবিস্মর কু কু র পাহারা যদয় নািাবিকা র্িগিিীর্দর ওর্দর যের্কান একেন আমার মা ওর্দর যের্কার্না একের্নর নাম পাবখ আবম িার যর্াপন পািক ---------------------- Identity Into your abdomen I insert a feather of a ruthless bird That simple sign of mine you carry to the world-- where the reincarnated dogs watch the under-aged pregnant girls One of them is my mother One of them is called Bird I am her secret feather ---------------- Identidade Deposito no teu abdómen a pena de um pássaro cruel Esse simples sinal de mim transportas para o mundo – onde os cães reencarnados espreitam raparigas menores grávidas Uma delas é a minha mãe Uma delas chama-se Pássaro Sou a sua pena secreta Lyrics by Shuhrid Shahidullah Translated by Paulo Ramos
4.
Teus braços amanhecem o mundo O primeiro frio faz-me cair. Aqueles que me procuram já não me encontram, telefonam a uma pessoa desconhecida perguntando pelo mar. Sabem que o meu corpo é matéria de água. Um pássaro mergulha na corrente. Abre os olhos para me visitar. A pupila alimenta o pássaro com o sonho. Através dos olhos do pássaro vejo o desconhecido. O dia enfraquece, a luz diminui até ser um nervo na obscuridade. É nessa lâmina crepuscular que sou mais puro. É ela que mostra o sangue que ninguém tocou. Tu ainda estás lá. Eu ouço-te sempre pássaro do futuro. Teus braços amanhecem o mundo, são as flores brancas da rebentação. Lyrics by Carlos Ramos
5.
醉 贵妃 [ 中国 刘雅 阁 清泉在壶中沸腾 唐韵汉风氤氲上升 蓝天白云红牡丹翠芍药纷纷摇落 我的杯中,一把金扇 徐徐展开,羽衣霓裳,倾国倾城 一笑,芳香四溢扇底风 琥珀玉液,把盏对饮 饮罢江中红日瑟瑟,再饮山间皓月清风 不慕富贵,但觅知音 岩间一杯凝香露,了却心头无限恨 执手佳人,可遇不可求 越千年,醉贵妃 与尔共醉 注:醉贵妃为武夷岩茶 刘雅阁,诗人,中国及华语诗歌春晚形象大使; 曾自驾北极腹地探险;曾获中国青年诗人奖,世界华语童谣童诗大赛二等奖等。 ------------------------------------------------------------ Zui Gui Fei/ “The Drunken Concubine” Oolong Tea How limpid the spring water looks, seething in the tea kettle! aromatic with subtle hints of Tang and Han Under the azure sky blossoming with clouds, red and emerald peony flowers are radiating their incandescence right now In my cup the leaves open themselves slowly like small golden fans, swirling with their rainbow-color plumes and skirts She smiles and wisps of fragrance rises from beneath the fans The tea water takes on an amber hue. In their clinking cups It feels like sipping the setting sun cast over the river, or moon shadows in the mountains With no ambition for fame or fortune, bosom friends will be enough for life Drops of this nectar is wiping away all melancholy on your mind A beauty would show herself only when you are not searching for her desperately Over thousands of years, the drunken concubine Remained enchantingly stoned, with you and all. Lyrics by Liu Yage
6.
De algún modo te acostumbras al hambre como se cede al frío, casi en la somnolencia de los convalecientes. Y sin embargo atesoras en la mano una cuchara, una cuchara con la que puedes ver la nube y tanta lluvia. Por eso, por la sed, a la que llamas horror u holocausto, o puente astilla o tal vez una flor de óxido y de herrumbre, colocas la cuchara afuera y te comes el agua a dentelladas y te mojas la boca a la espera del resquebrajamiento, de la fisura que te ayude a ver, a contemplar más allá de la lluvia. ----------------------- La palabra abandono como un pájaro oscuro posado sobre nieve y bajo la tormenta. La palabra abandono. Su intemperie. ----------------------- Las líneas de la luz Permaneces inmóvil. La penumbra, el objeto se vuelven transparentes en su fondo de aire. Tu identidad con ellos permite ese vacío. Se aproxima el temblor las líneas de la luz el principio limpísimo del día. Lyrics by Luis Luna
7.
viruló és bomló belém ívódó pillanat és érintkezés és arcom mindenekben megosztva viruló bomló belém ívódó felismerni miért jöttem valami és más-valami metszővonalába elhitetni velem hogy lehet a fájdalomból öröm a testben különbséget ki tesz most hogy folyón át kell kelni most hogy véren át kell kelni várni a híreket, hogy fölsírhassak innen tovább minden egyszerűbb aki sír gyönyörűen sírjon mindenkit szeressen te láss és te nevess ki engem a verembe mit ástál hagyom magam essssssssssssem annyiszor jó a világ ahányszor kedves arccal megjelenne élő anyagba mákba rekedne vérembe mérgembe miért másra hagyni mi most űz gyengéden hosszasan érintésre megszólalásra --------------------------------------- blooming and decomposing moments absorbing inside me touching and my face shared in everything blooming decomposing absorbing inside me to recognize why I came to the intersecting line of something or another to make me believe pain can turn into joy that makes a difference inside the body now when the river must be crossed now when the blood must be crossed waiting for the news to cry from over here to go over there everything easier she who cries cries beautifully loves everyone you watch me and laugh that I let myself falllllllllllll into the pit you dug if the world were good if it’d appear many times with a friendly face and get stuck in living matter in a poppy in my blood in my anger why leave it to someone else what’s chasing me now tenderly long lasting for touching for calling Lyrics by Johanna Domokos
8.
LANDSCAPE IN BLUE(S) Para Ruy Belo e João Miguel Fernandes Jorge (…) I wish you could have seen This place when it was at its best, When I was, But it isn't far. It isn't far. Come with me ​​​​​​​ Ian Hamilton in "Returning" Quem traz a memória de ti e dos dias feitos de passadas longas ao comprimento da praia infinita ou das arribas que procurávamos para conversar e o sorriso que escondia os dias curtos de outono quando os banhistas enfim desertavam da praia macilenta e tu entravas com os últimos acordes do requiem de mozart que estiveras a ouvir atrás das persianas fechadas que te escondiam do mar – o omnipresente mar amplificado para sudoeste rasgado por esse olhar turvo de distância e vertido nas folhas avulsas que faziam o teu dia e que enchias com o silêncio áspero de sílabas criteriosamente musicais na mesa virada para o mar Quem traz o eco da tua voz quebradiça e daquelas vagas que te procuravam para morrer as que cortavas ao meio com o próprio corpo na horizontalidade que procuravas para te sentires vagamente morto as mesmas que te levavam pelo braço até à franja da madrugada repleta de folhas e pequeninos papéis – os restos de um dia Quem traz de novo os teus abraços aqueles com que me tiravas as medidas como se eu fosse um tronco das oliveiras da infância Quem rasga assim o passado à tesourada para te trazer de volta Quem encolheu o longo braço do tempo e te trouxe de novo até mim – tu que nunca chegaste verdadeiramente a sair Quem traz a música das tuas palavras conhecedoras da teologia fraternal que nascia nesse olhar de lavrador de horizontes marinhos Quem ousa levar-me de novo ao teu convívio no areal descomposto pelo vento norte – o teu amigo das muitas horas vagas – naquele tempo em que o oceano comprido cabia todo no teu janelão e salpicava as folhas avulsas do teu dia quando o pesado braço da noite não tinha força para te fechar as pálpebras repletas de palavras de que eras feito – tu – um rectângulo de luz baça a desenhar sulcos nas páginas brancas – na tarde de sol que empalidece – com os olhos rasos de sílabas e folhas de papel a murchar aos teus pés Lyrics by Noel Petinga Leopoldo
9.
晴天电场 殷晓媛 (76V m-1) ——低垂柔曼、看起来像雨凇或带提线的霰。 这是陆地上方的晴空,气溶胶比死去的水母更轻。 “雷暴挟带嘶鸣声混入扰动天气电场,如红墨水滴入无色流域。” “那魂灵,它做了什么?” 它什么也没做。边缘系统在漫长历史中演化出生存第一策略: 冻结反应。 仰头被光芒刺穿的面粉鱼。类似昼盲,类似飞行恐惧症。 (95V m-1) 记载:大陆复杂型在一天中出现两次波峰和波谷, 第一峰值位于上午7-10时,第二峰值位于13-16时…… 两条汇流的大河同时出现洪峰,鱼群化为嘈杂金属, 固堤者双手沾满墨绿稀土…… ——人类的机缘乃是一切因果的叠加。 “您好,这里是海拔2710米楼层的叫醒服务。 您现在位于北半球,所处地理位置可描述为:羚羊式云层、呼吸呈珠光质、 浅蓝。”挂断声。电子乐。脉冲声。 重重摔倒的无声的钟。 所有白色嗅觉波浪状涌荡开去的冲击波都是晴天的余震。 (NIN的旋律似乎也曾达到类似效果。) (130V m-1) 莫测的海洋,生死速度加倍。 20秒用于鼓风机吹干一场风暴的黑羽毛, 37分钟用于雨夜自内及外的坍塌, 4小时用于追迹明日南风在河谷或大漠留下的亮斑, 二十年用于——“洗尽前恩本非相,还吾面目下九重。” 你联合以抹香鲸身形跃出东方圆湖的太阳, 打败了驱逐了自西方潋滟而至的秋天。 杨花般的絮状物燃烧:它们一秒千里,令羊群惊慌失措。 (167Vm-1) 城市,黑色几何块垒像在AutoCAD中纵横生长。 她不相信光芒那些海蛞蝓式的触手足够碰到她。 雷暴在削弱,下翔的风死于诞生前。 ——仿佛血还没涌出已经结痂。 他们滥用火焰:壁炉、后院、营地。仿佛它是柔软炙热的护体屏障。 仿佛它对冲掉了暮色中高拱的大气电场。 (后记) 今天他需要上交报表:帘幕外雷声浮动试图抹去赤字, 电光石火——苍茫孤寂,尚未收支相抵。 Fair-weather Electric Field (76V m-1) --An invisible beaded curtain is quiescently suspended from the sky, as cold as freezing rain or sleet reaching the earth, with thin puppet strings attached In the immense volume of fresh air over the tranquil flat land, the dominant aerosol layer is as transient as a bloom of jellyfish. “Thunderbolts are hissing, interrupting the atmospheric electric field, like red ink dripping into blue.” “What has the Weather Phantom done?” Nothing. Your fast-evolving limbic system demonstrates its strategy: “Freeze”(/fight-or-flight) Like flour-dipped fish fillets, once you got pierced by rays of light, when you were flying on high with your night blindness and aviophobia (95V m-1) According to scientific study, two peak and two valleys appear during a day, At 7 -10 a.m. and 1-4 p.m…. What happens if two floodheads hit simultaneously where two big rivers converge? Then the startled school of herring would turn into rattling pieces of metal A man reinforcing the dam smiles at the camera, his hands covered with ion-adsorption clays --Opportunities are just superposed karma “Hello, this is Wake Up Call Services at 2710 meters above sea level. Your current geographic location is in the in the Northern Hemisphere, the related description is: fleecy clouds, pearlescent puffs of wind and turquoise vault.” Hang-up sound. Techno. Electrical pulses. A grandfather clock tumbled down suddenly Its sound waves in the air can be felt here under the sun, like a series of aftershocks (in the same way NIN’s melodies echoing across spaces) (130V m-1) The vagaries of the ocean speeded up the cycle of life and death 20 seconds will suffice for combing the black feathers of a storm with a hair dryer 37 minutes for collapsing from the inside 4 hours for chasing the Day/Night Terminator over canyons and deserts 20 years…“Zeroize your entanglements with five skandhas and six gunas, and your are free from your former laksana.” You have allied yourself with the sun, which jumped out of the ocean in the shape of a sperm whale And defeated the color of autumn eddying forwards from the west Paper birch tree catkins are like white flames now: they even scared the sheep on the grassland (167Vm-1) The city, like a stack of black blocks on the AutoCAD interface Nobody believes the sea-bunny-shaped flares can ever reach him/her The thunders have been fading away, and a downdraft died down before reaching the ground --like blood congealing into blobs before gushing out But they are taken glorious fire in vain: in a stove, at the backyard, outside a tent…it is so soft and warm like a chain mail over the body As if it has eliminate the entire atmospheric electric field before nightfall (Postscript) Today he must turn in his financial statements: he looked out of his window--the foaming clouds were erasing accounts in the red Like the universe in the thermographical or electromagnetic sense, its prosperity and solitude never balanced out Lyrics by Yin Xiaoyuan
10.
FINGIENDO El mundo finge ser un buen anfitrión Finge la primavera que es verano El trigo finge crecer para ser pan Pero el pan no lleva trigo en su alma Finge la vida que nacemos para vivir luego se oculta cuando más la necesitas Y finge todo el azul que es cielo. Y mar. Fingimos que amamos. Y hasta lo creemos. El reloj finge que avanza y que pasa el tiempo, pero está ausente, como la voluntad. Corren hacia el vacío las horas que faltan, ignorando los nombres que colmaron sus minutos Finge la arena del desierto, que es agua Y el viento finge que levanta castillos. Finge abril que es mayo, pero no quiere llover. Tus ojos fingen no verme, pero por ellos entré a tu alma incandescente y ahí estoy, ardiendo, mientras finjo no quererte. Lyrics by Teresa Pacheco Iniesta
11.
Kisses I want to explore your entire body with kisses, kisses thirsty as light, kisses that open the wind. And I want my lips to excite your shivering body with an insatiable delirium that invites more kisses, kisses brief as a smile passing through lightning, kisses reaching inside you deeper than silence, breathless kisses that leave your lips still moist with tomorrow, kisses that arouse the haunted silk of your breasts, kisses that make your scars sing, dazzling kisses blind as ecstasy, kisses that make you writhe and shudder then squeeze me tighter, desperate kisses that stun the flesh, awaken the muscles, sink down into the blood, and course through your tingling body, indiscriminate kisses down your stomach and up your thighs, kisses like a bouquet of roses sweeping over tempting nakedness, kisses that polish the swirling whirlpools of your flesh, kisses long as summer, kisses for beginning a journey. Lyrics by William Woalak
12.
Dar el pan En torno de la mesa qué aventura servir a mi familia el pan reciente, repartirlo en la cena con mis manos. De golpe todo significa más. Hoy nada soy, ni sombra, al alumbrarme aquí con el amor de vuestros rostros, y se abre al alborozo mi existencia como un árbol creciendo desde dentro para ser en el aire las ramas de la luz. Ahora sí he llegado donde estuve. Ahora sí que vivo en hora buena porque es vuestro mi pan, y en este darme que ya no exige nada me descubro más justo y más real al repetir el gesto recordado de mi padre al rebanar la hogaza, al ofrecerla a mi madre riendo y mis hermanos. en la casa de adobe, cuánta luz. Lyrics by Jose Iniesta
13.
EMBRIÕES DA BELEZA caminhando vínhamos furiosos no medo indiscreto indescritível que greta o ventre das palavras feitas manhã feitas outono gretando a pele do vento gritando a acidez da memória onde assomava a nudez irradiante (delirante) do teu sorriso expelindo rajadas de cores e cheiros tudo em ti era lume uma festa de verdades imaturas imaculadas e o horóscopo das pedras lançadas ao mar definia a nossa propícia consanguinidade bem-aventurados os espíritos profanos do nomadismo que inflamam de volúpia os nossos sentidos bem-aventurada a inquietude viciante da criatividade pois só ela consegue parir todos os embriões da beleza que nos aquece a existência. Lyrics by paulo Chagas
14.
Ceremonias del té 1 El té de la montaña Wuyi ha llegado a mi alacena. No preciso descubrir su color para que la montaña cante. No preciso hervir sus hojas para que el cielo se transparente en mi ventana. Basta con saber que hay una montaña sosteniendo su aroma, y en esa bendición que llega, una bandada de patos: bendición de primavera en una habitación porteña acunada por el invierno de Piazzolla. 2 Las flores alimentan al cangrejo. Así nace el sabor inconfundible de la nostalgia: el maestro preparando una taza de té para invocar la poesía. Los jardines del té, diversos y hermosos como la poesía, han crecido en mi memoria. Muchas flores abonaron el suelo, y de esa glamorosa muerte nació el cangrejo que ha guiado mi nostalgia. Ahora, en esta tarde en que el maestro vuelve a decir su palabra, con una mano sostengo la taza y con la otra tapo su boca, para que el cangrejo de la nostalgia que habita en el té, no escape y se convierta en una flor de luto. Lyrics by Carlos J. Aldazábal
15.
Gimlet When I first heard your name uttered by farmers and clearers chopping out tracts of our grandfather’s Western Woodlands   I could not fathom origins of your contorted title for I thought more of penetrating steel tools, drilling   in the grasp of carpenters. But then was shown among blackbutts and casuarinas your manic twisting green trunks.   What tortures twirled these mallees? Was it suffering salinity or surviving inland biospheres here in these arid parts?   Perhaps, in youth, you gimlets blindly followed progress of the blazing sun circling the sky each day from the east, your craning necks winding your trunks?   Otherwise, like the rest of the trees you would grow straight and tall only branching out to provide roots with a private patch of shade.   Gimlet, we stand respectfully to salute you as a worshipful dervish of such semi-desert lands, whirling with this spinning earth!. (after an Australian bushfire)   Smell of burning’s in the air— xanthorrhoea’s tortured trunks are like limbs of the immolated; while mallee saplings are spent torches, shivering their black tinfoil leaves.   And then the startled crack of the still-burning heart of a once-living casuarina. Third degree charred ground is scorched hairless of heath, scarred with white-ash shadows of what had been. A holocaust ago.   And I look at my rough hand with your fingers delicately folded in my grasp. Yet won’t we find re-birth in our lips to grieve of all this innocence consumed?                                                 Dampen every ember’s faint signature to our conflagration’s past? We shutter behind eyelids each lingering backward glance to the fire we let consume us. And yes, there’s smell of burning in the air. Lyrics by Glen Phillips
16.
或许最终是荷尔蒙终结了世界 也可能就是一颗变异的卵遇上 哭泣中射出的白色蝌蚪(?) (我们坐在银幕前,不!是网状淋巴) 口碑极好的施瓦辛格 领命去角逐!荷尔蒙爆炸 鼻涕混杂着血丝 一天一个红眼球 就在不记名投案之前 对于角逐的性别 他一无所知 一具新生的带着女性器官腥味的T-X 她是能量场的一股旋风 以蝴蝶效应进入光轨! 然而接通天籁 开始同步录音 包括画外音在内的两套台词 胳膊粗野的施瓦辛格 在宇宙的脉网淋巴中隐现 一双天狼星的眸子 闪着暗暗吃惊的蓝光 以往不屑与女性格斗搏击的四肢 突然有热血喷涌 T-X 谁也没有发明她 她从自以为是的人类实践公式中 孵化成形——是随景异化的变异体 复仇!为了让人类退出苍天造化 一知半解的人 突然心血贲张 要设计一种能为之奴役的机器 在添加配方的过程中 比如氯化钠是不可以与碳基相遇的 这个盲点。让人类痛定思痛! T-X就是这个偶遇的配方组合体 雌性激素里有雄性荷尔蒙撞击 所以眼色发蓝 唾沫如盐水 她根本不认识什么施瓦辛格 只有一滩肉泥在活跃着跳入音轨 一波一波 涟漪似地扩散 在一个诞生纪的严寒地带…… 角逐并没结局 谁是终结者? 导演的本意是施瓦辛格扮演的 代表真理的人类 弄巧成拙 这个真理或许就在T-X这片 罂栗花海中!没有什么可以 证明罂粟是邪恶 而向日葵 一定是遗弃的农奴 哪怕就是平朴的三角梅 也是T-X的化身她的出现 至少纠正了我们对“真理”的 麻木。让我们以为有了施瓦辛格 类超人 世间就有了安全系统 不!他给我们增加了危机 他撩拨的是不以人类意志转移 的女性主义 她通过一腔大数据 作最后的终结! 但凡人类发觉的事象 往往滞后于原在的本身 没有轨迹的自由是一场瞎走 而且事物总有基因作为灵魂 碳基或硅基之间的走㾿上 把我们的淋巴系统主动脉 硬化 梗阻 淤塞 碳基的生物猝死 T-X可以死而复生 她的蓝白相同的血液 形成时间的固态 比如她的随景赋形 人类的闪念被她捕获在手 而她的手由硅的黐肢动作反应 你施瓦辛格费了九牛二虎之力 她的能量场就在宇宙大生命场 多维体积组构的声东击西 根本只是想到即是 空穴来风 无中生有 T-X叱咤风云 再一次证实未来主宰世界的 或许是时间的河床—— 那里有人类熟视无睹 沉寂已久的 硅的复活岛 (最终确认一件事:荷尔蒙是不会 打败任何持久的意念的!因为 阴阳五行的宇宙定律中,它只是化合物, 不是元素。) T-X Maybe it is destined that hormones will put an end to this mortal world one day when a mutated egg meets an ivory sperm, wrapped in tears (Are we, the audience, sitting in front of the silver screen? No, what we see are actually lymph-reticular centers) Arnold Schwarzenegger, who had an unsullied reputation fizzling with combat verve, threw down the glove, and fought every battle with all his strength Running nose, bloodshot eyes He had no idea who and what gender his opponent was, until the astounding apparition of T-X, fresh and erotic with female sensuality She was a whirlwind from the energy field who forced her way into the light rail as the consequence of some Butterfly Effect She was connected into the core of cosmos rhythms, and her voice was recorded simultaneously her off-screen voice, and her two sets of lines as well Schwarzenegger, with his muscular arms loomed up from the vascular net of the universe with eyes sparkling like Sirius They were filled with azure amazement while his limbs, hitherto too proud to wrestle a woman felt a sudden and indefinable impulse from within T-X, created by nobody emerged from formulas of arrogant humankind She was a mutant who changed when circumstances did Vengeance! Humankind should be exiled from Creator's cycle Sciolists attempted on a whim to invent a machine as their slave When they made up the prescription they knew there was no chance for such thing as sodium chloride fusing with carbon radicals That was a blind spot. How remorseful! T-X was the serendipitous consummation of such attempts There was androgen tumbling through her female blood That was why her eyes were cobalt blue, and her saliva as salty as sea water She showed insulting disregard for his existence contemplating him as nothing but a loaf of flesh along the soundtrack Wave upon wave of clattering rippled into the frozen zone of Re-genesis Who was The Terminator in this endless game? The scriptwriter was referring to Schwarzenegger Humankind chased after truth but ended up with embarrassment Truth was nowhere else but in the poppy field of femme fatale T-X! There was no evidence that poppies were symbols of evil, while sunflowers of oppressed serfs Even homely bougainvillea Was an emblem of T-X The arrival of whom roused us from lethargy in seeking truth. Once we had thought that Schwarzenegger, a cybernetic organism, had assured us of safety But on the contrary, he just increased risk for us He was flirting with Feminism which was immovable and independent of man's will and in return she offered a duel with him, manipulating big data as her weapon Phenomenon always lags behind its noumenon, though the former can be witnessed thoroughly Freedom without tracks to follow is nothing but a rampage Everything has a soul, stemming from its DNAs Carbon radicals and silica, they made a gallery across the vessels of our lymphatic system Sclerosis, obstruction, blood stasis, Creatures made of carbon dropped dead one after another T-X could be resurrected too Her blue-silver blood was a metaphor for Time in solid state Like her transmutation along with vicissitudes any thought that ever crossed a human mind, was captured by her and her hands were prosthesis, activated by electric signals flowing through silica Poor Schwarzenegger, you fought tooth and nail against her Unknowing that the source of her strength was the spontaneous, holographic field of the universe As a multidimensional body, she confused you by switching real and virtual images A shadow was always cast before a thought formed in the mind Phantoms revealed themselves out of sheer emptiness What a Herculean being T-X was! She proved that the dominating forces over the world were torrents of Time among which there was a silicon island that humankind had kept ignoring (Last thing to confirm: it is the will that is unrivalled instead of hormones. For the latter are compounds not elementary substance, which are doomed by laws of the five elements.) Lyrics by Hai Shang
17.
Huang Dan Sol impreso en hojas menudas como peces. Linternas flotantes esmeralda. O es el fuego de la roca, antiguo, sosegado. Fragmentos de una historia de amor destinada a durar para siempre. Como si no fuera posible la agonía y la pérdida. No hay amargura, asperezas… Sólo la escrupulosa escencia del durazno, la venturosa densidad del agua en la que bocas vermellón se precipitan intuyendo besos diáfanos y un camino que el circulo del tiempo, si breve y minucioso, prolonga en la memoria. Lyrics by Fabiola Rinaudo
18.
Escucha muchacha eso que notas en la piel no es un trastorno pasajero, no es frío que puedas cubrir con ropas abrigadas, son las aguas de un río que arrastra hojas muertas, peces brillantes y escurridizos, limos, y la mirada de unos ojos que contemplaron su corriente aguas arriba. No temas, el calor en los labios o el latido en las sienes son emociones y ruidos semejantes a el murmullo del agua que busca el mar lamiendo día tras día tu cuerpo, haciendo cauce en ti. Te lo dice un buceador de la vida que supo que la piel, como las redes de los pescadores, hay que repararla después de cada jornada una vez recogidos los peces que van alimentar tu vida. Lyrics by Tomás Rivero Fernández
19.
aqueles que caminham e nunca sabem onde estão os que foram ontem os que estão sentados e é tudo o que sabem da sua própria fuga os que te visitam de noite e não sabem que estás aqui os que te agridem e não sabem quem és os que virão depois mas ignoram da semente as muitas faces se tu caminhas e não tens para onde ir. ------------------------------- às vezes imagino alguém no mundo que acorda de manhã cedo e vai a caminhar até onde nunca mais se veja e que alguém há de abrir uma janela ou fechar uma porta como se acenasse e talvez haja sempre uma criança a fazer desenhos engraçados a que poderá chamar pessoa pássaro sol -------- epitáfio ninguém pára para ouvir-te as árvores já não se movem os muros as paredes e as casas as grandes coisas do mundo que espessamente duras resistem a tanta coisa infrágil nada definem agora em ti este é o silêncio que não te foi prometido esta é a glória das rosas e dos peixes que repousam Lyrics by Carlos Lopes Pires
20.
Secreto en la brasa de la lengua Cada lengua cultiva sus propios lugares de incendio. Nicole Brossard Tu boca conduce el pensamiento hacia el fondo. Lo abisma, lo zambulle en la ciénaga del lenguaje. Hablar es barro húmedo, también es desoír, desaprender lo hablado. La palabra no dice, encubre. La hiedra toca el barro y extiende sus zarcillos hacia dentro. No busca el sol, lo esconde. Hablar es quedar ciego, lo que quema los ojos abre la visión desde la hondura. Arrojo mi palabra y dejo tu piel herida de lenguaje. Apósitos de telaraña, alcohol de sangre viva, vendajes de silencio. Yo te he golpeado. Yo alivio con mi lengua tu dolor. Desde la altura se rompe el horizonte y la conciencia del horizonte. Se pasa a formar parte de un no lugar brumoso, se aprende a amar lo turbio de la niebla. Vamos hacia quién sabe. Solo el sol dictamina quiénes somos, de dónde o para qué el [incendio. Arder es un proyecto de la piel, hablar, su quemadura. Lyrics by Pilar Blanco Diaz
21.
Talvez cegando os olhos se consiga da total escuridão alimentar a noite de luz para que ela com um golpe te atravesse a pele leve o sangue ao coração o rio fundo onde nos tocámos onde ficou esse mundo? Harpa de fogo ouço a tua música onde estou tudo arde no fogo do fogo toda a sede arde e a boca em chamas saúda-te ó agitadora hipnótica das coisas por cumprir pois eu viajei e estou aqui num relento de ossos escrevendo a substância do erro a hora de quem nada espera a tua falta. Lyrics by Carlos Ramos
22.
Quién plantó estos cerezos para amparar una historia de ríos y necrópolis, la construcción de la existencia, el sentido que desemboca en la nada. Y a cambio la organización, acaso texto, el no poema, el lugar interior llamado ritmo donde todo se equilibra: silencio y hambre y deterioro, larga o breve sílaba del pensamiento. Lo mágico frente a la lógica, la invención del mundo y su maquinaria quizás como un piano de energía. Cómo se agolpa toda la historia en un punto del presente entre la sátira y el melodrama. Cómo poner a prueba la emoción, el lenguaje contradictorio que suena desde el insondable silencio, desde la pura nada, desde el hueso de la cereza. La destrucción de los exégetas de uno mismo, los yoes inventados hasta encontrar la vena de la estirpe. La vida era la luz pero también su ausencia, como el vampiro que escribe con sangre sobre las tumbas la magia de la celebración. Toda morfología incendiada río abajo hasta la desintegración, hasta la disolución en el océano donde los hábitos del lenguaje arden en relación con los objetos que nombran a su paso, camino de la desembocadura, camino de las sombras incorpóreas bajo la fronda de la edad, bajo estas copas de agua y limo: quién plantó aquí estos cerezos. Lyrics by Juan Carlos Elijas
23.
I would trade you cornbread and tomatoes and basil for another story blue masa brown rice tomatoes from the lady off Spring Creek good plateau farm country where I get milk Basil from upstairs the ones I say good morning too and sleep tight sweet dreams and water with rain and plant again when the first ones flower I would give you this patch of sunshine if you would take me under water again where your eyes burn but you have to look and watch out for rocks and you do not know that you know how to swim but you do to get to the shore You will be hungry wet and sandy and salty your hair and your eyelashes and your skin scrubbed pink I will skim the cream and make you butter so you can warm up and your teeth can stop chattering and you can tell me another story Or send me silence wrapped in handmade hanji made of mulberry the finest fibers of Cham Dak long to repair my running tears flexible to renew my tattered edges strong to fill my losses When it grows cold and gold in the high country I will bring you gooseberries make you rose hip tea draw you outside to show you the eyes under the wings of the ragged butterfly kneel to the miniature sunflowers that keep blooming past first frost and let a male bumble bee crawl onto my finger cold and tired but he cannot stop until it snows antennae carving arcs in air he smells as sweet as the flowers he slept on When the snow comes that stops all sound when the snow comes that stops breath that is when I will climb Korean hillsides unravel the dak bark dig the hibiscus root and with the water from the cleanest creeks prepare the finest paper transparent like my heart a hammock to hold your silent story to sing me to sleep at night Lyrics by Susan Entsminger
24.
Não escutes mais a noite A não ser que nela procures O sol branco da insónia É ele que ilumina a aparição do poema Nos campos que resistem à aridez Da língua Não escutes mais a noite A não ser que queiras entender Abandonar à esperança esse destino Que trazes impossível dentro de ti Becos sem saída, edifícios sem sombra que resistem Não escutes mais a noite A não ser que precises desse pão Cozido nos fornos da metáfora Alimento para a fome, a tua luz, a caneta Escorre o sangue que pensas, não te pertence Não é teu Não escutes mais a noite A não ser que procures Algo que se cale Que lacre no silêncio o tempo ferido Que por ti passa e não fica Que por ti passa e não fica Lyrics by Carlos Ramos
25.
Cuando llegue la noche la distancia será de agua, la orquestra perecerá en la barca de barro donde anudados viajan nuestros sueños Seremos nadadores precoces en el mapa del llanto invisible Lyrics by Andrea Espada Vadillo
26.
No limite da escarpa avisto um corvo-marinho de asas fechadas como um estudante com capa Não sei se ele me vê ou como me vê Ignorar-me-á talvez Serei para ele um escuro recorte, uma singular fachada longilínea ao capricho do vento norte Sentirá o cheiro de algas – aroma salgado que lhe perfuma a livre serenidade de dias feitos de sol e abrigo e peixe O céu está sarapintado de nuvens brancas e altas – riscos hirtos ou apenas momentaneamente hirtos até que o vento os desmanche para parte incerta certamente para bem longe dali Na base do rochedo que lhe serve de púlpito a espuma salina das ondas produz um som explosivo que vem das entranhas Ele é o comandante do navio de pedra involuntariamente ancorado ao fundo por raízes inquebrantáveis Aquele é o seu lugar – pertence-lhe por direito não consignado na lei dos homens Olho-o como quem observa a chuva que oblíqua cai no chão de um quintal num qualquer fim de tarde embaciado olho-o como observasse uma estátua grega num museu de arte antiga que podia ser em Paris ou Londres ou Nova Iorque Não pago para o ver Ninguém ao meu lado a vê-lo Nada que não ele me vê Podia isto ser ao entardecer não fora ser pleno dia – a luz do sol lança-se vertical como o rochedo que o abriga do vento norte hostil As asas abrem-se por momentos numa espécie de ritual de acasalamento – o bico apontado a sul para a praia onde mulheres se abrem ao sol como recortes pedregosos de baixo-relevo-Cassiano Branco – meras fachadas – cenários curvilíneos com fundo de mar e dunas A seara marinha leva-me para longe dali O horizonte noroeste prolonga-se por milhares de quilómetros agrestes Numa terra de ninguém às vezes entrecortada por barcos tripulados por gente que procura chegar Eu parto sem partir e por isso não chego Tenho as mãos vazias Tiro-as dos bolsos e cruzo os braços Não tenho sítio para os descansar O vento que vergasta os picos das ondas traz-me o sol e fecha-me os olhos Estou suspenso na alta varanda de pedra e rocha e mar Nada me toca senão a brisa marinha a erodir-me à passagem Não consigo passar pelo intervalo do vento – os seus braços frios e húmidos percorrem-me o corpo com mãos que me despem Percorro a costa com o olhar da infância longínqua na companhia de um velho familiar Eu sem falar por certo Não me lembro de abrir a boca que não fosse para absorver o ar habitado de algas e sal – ainda sem o pó das caravanas e dos curiosos que precisam de carro para absorver a paisagem – o carro como preservativo entre eles e o cenário rochoso em alegre passeio estéril e plastificado fácil de transportar Ao longe passam veleiros lentos – caracóis de asa branca abrindo a cortina do horizonte como fecho éclair Perfilado de negro no exíguo pedestal de pedra devorada pelo roçar do vento e pelo convívio com o mar o pássaro comanda o seu próprio destino – dá corda aos ponteiros do relógio que é apenas seu Excalibur por si mesmo desembainhada a seta negra kamikasa a superfície da água buscando a permanência Abro os olhos mas não o vejo já Terá mergulhado nas águas escorregadias e luminosas sem deixar rasto na superfície marinha - rapidamente cicatrizada Impelido pelo instinto de caça talvez ou apenas pelo prazer de mergulhar no líquido amniótico do ventre submerso Vagueará sob um branco tecto de vagas em turbilhão espumoso como torpedo de penas coberto com destino traçado por si rumo a qualquer lugar possivelmente longe dali. Lyrics by Noel Petinga Leopoldo
27.
Una Manzana La espera se halla sobre nuestra mesa. Fue ayer un día inútil. Casi no lo recuerdo. La prisa se reafirma frente a abril. Compramos unas pocas lombrices en la tienda y esperamos, eternos, en las rocas. Anochecía. La lata derramada, el ruido de un avión. Pensabas en silencio: ¿por qué el cielo se arruga a estas horas de la tarde? No recuerdas palabra alguna, ni tampoco su rostro pensativo. La espera se halla sobre nuestra mesa, ahora tiene forma de manzana. Llevo viéndola el día entero. Mañana acaso no se encuentre aquí. La mirada es redonda. El ojo apenas ve todo lo que las aguas han cubierto. Lo Fugaz De tanto seducirlo, se quebró más allá del horizonte. Un barco navegando a la deriva, aquel misterio incauto que se anuda a mi cuello como una esfera de diamantes, una luz traficando con mañana, una espera y un fue. No será nunca la última palabra de la noche, ni acaso la primera. Me ha parecido siempre el tiempo una rosa infinita con los labios manchados con mi nombre. Autopsia del día El cangrejo, en sus manos, agoniza casi azul y minúsculo. Una línea imperfecta deletrea esta mañana el horizonte. Mi rostro se refleja en la mampara del paseo marítimo. El pájaro en su jaula ignora el cielo. A nadie le conmueve una maceta que ha caído en la acera. Unas monedas suenan en mi mano. Toda la playa en calma, tan vacía, pese a ser viernes. El sol se despereza sin llegar a tocarnos. Si dejáramos sobre las rocas al cangrejo, quizá las olas lo engullirían en seguida. Lyrics by Ricardo Virtanen
28.
Das Dunkle (Loutrophoros) λουτροφόρος: 1 : rim – 2 : neck – 3 : handle – 4 : shoulder – 5 : belly or body – 6 : foot Das Dunkle in den Pupillen ist gleich mit der Dunkelheit zwischen den Sternen – saugt alles auf, kann alles annehmen, alles verwandeln – der tiefste Ursprung, Voraussetzungen der Entstehung von Leben. Tief, tief, tief, wirkliches Ablichten, enge Durchgänge, sehr enge, trüb, trüb, trüb, wir gehören woanders hin, wir gehören zum Später, zu einem anderen Zeitraum. Immer flüssiges Wasser, Wasser fern von Wolken, kein Eis, kein Dampf, Wasser wie wir es zum Trinken nehmen, so in etwa, in so einer Form, wir brauchen diese Information. Denn im Raum des Dunklen bleiben jede Menge Fragen: Wo ist die Wolke geblieben? Wie kamen wir aus der Wolke raus? Erst als Stein absteigen, dann als flüssiges Wasser. O, wie viele Fähigkeiten soll frau noch haben! Lyrics by Tzveta Sofronieva
29.
Todo quema, una piedra más que el hierro, la arena sobre todo, el hueso apenas, y la luz que otros días te dejó ver el mundo lo oculta. tu sombra parece una tela muy difícil de arrancarle a la tierra. Lyrics by Miguel Angel Curiel
30.
eram sobretudo intelectuais de esquerda jovens barbudos cabelos compridos raparigas em túnicas largas ou bikini com os sovacos cheios de pelo como filhas adoptivas de alguma Joan Baez longínqua; havia também adolescentes a aprender essas coisas novas da revolução com crachás lenços bandeiras e boinas do Che fogueiras à noite com canto livre e muito nuclear não obrigado; os nomes das ruas eram países democráticos e socialistas e muita gente encontrou almas gémeas para o resto da vida ou talvez não; uma mulher que conheci muitos anos depois confessou-me que também lá esteve e foi semanas depois para campos de trabalho na Bulgária atrás do seu amor - voltou dois anos depois sem amor mas com um filho nos braços as cantigas já não eram só de maio porque se estava em agosto, ou seria julho? eram sim uma arma e o que mais se ouvia era a paz o pão a habitação, etc, mas também a Yolanda e sobretudo o Bela Ciao que só voltei a ouvir há pouco tempo ao ritmo do chão a ser esfregado pelo César; não tenho a certeza mas talvez se ouvisse até mesmo o Bitch dos Rolling Stones - vinde abelhinhas... Lyrics by Paulo Chagas
31.
Hay días en la vida que nos salvan. Apenas basta el sol en nuestro rostro, un árbol deshojándose en un patio, la brisa acariciando nuestra piel. Y allí, el fluir del tiempo se derrama inundando desiertos de pobreza, y todo es la conciencia de estar vivo con daño y alegría a cada instante, la lluvia que fecunda el arenal. Ahora que en mí habitas sí que existo. Ahora que me besas en la noche de nuevo sé quién soy, dónde mi vida celebra el alto incendio de su arder. Nosotros habitamos los espacios donde todo es alcance y es unión, y en la luz cotidiana del amarte el caos tiene sentido y la sal de las horas. Lyrics by Jose Iniesta
32.
Avrei voluto essere patti smith Avrei voluto essere patti smith Ciocche di grigio ribelle Indomito viso scarno La giacca quella strapazzata di Horses che penzola noncurante da una spalla E continuare a marcare con il piede smilzo quell’innata dissonanza Ma la metamorfosi che mi colpì fu altra Non quella che si abbatte sulle dodicenni: lo stadio della pupa prosperosa che si rigonfia turgida di vita Nell’età certa delle comuni mortali si crepa il bozzolo prolassando organi facendo cedere di collo stanco di reggere il fardello dei neuroni E il labbro non teme di pronunciare lame La proteiforme gara delle cellule a incasellarsi al tempo mi assorella a Dafne nella ventura del glabro della pelle che in scorza si tramuta la venatura del lapis lazuli sulla gamba mi coglie impreparata per non dire spaventata Ma del tempo mutaforma bisognerà fidarsi nulla potranno né la scaltra mano del mercato né l’esterrefatto sguardo del confronto al risvegliarsi di quel recondito senso che nell’età si annida torporoso sensibile alla musica di distanti sfere Settimo senso irrispettoso delle estetiche terrestri suddito solo alla verità che siamo un’unica energia sprigionata da galassie lontane attendo fiduciosa che in una qualche dimensione al mio io parallela non mi sia negata la gioia di poter ancora diventare patti smith Lyrics by Pina Piccolo
33.
um homem pode ir para o golo como uma bala como um galo ou uma paisagem muda de comboio um olho arremessado de dentro de algo que nunca se viu um balde de gelo trova olha choca carrascos secos bicos de cegonha batuque badio um incêndio ao pé de casa lacónico ensurdecedor penas gordura carnaval lacado japonês de crómio ritos enrolados sonhos engasgados a dormir fingindo-se acordados atrás de ti uma inundação Lyrics by Paulo Ramos
34.
তুমি বাঘ তবু কেন জামন িনন হয় বানঘর অনুমিমি শুনয় আন া A4 সাইজ কিিানর; সস্তা োমিনত কিনে আন কতািার আত্মা েখননা জাগনব না; িাড়ার ক নিরা এনস মবরক্ত েনর কতািার স্বনে আর িাড়ার কিনয়রা যারা কতািানে ভানিানবনসম ি দুর কেনে তারা কেউ কেউ কব-িাড়ায় আজ শুধু অনিক্ষা তানদর-- যমদ কোননা বাঘ অেবা বানঘর বাচ্চা ওনদর মিমরনয় আনন কিাোিনয়-- দুর কেনে শুননা ওনদর সান্ধ্য প্রােথনা গানন গানন কতািার স্বনে েখননা জাগনব না তুমি তুমি বাঘ তবু কেন জামন িনন হয় বানঘর অনুমিমি ঘুমিনয় আন A4 সাইজ কিিানর-- অির িৃষ্ঠায় যার ািা হনে িশুজরীনির খসড়া প্রমতনবদন Lyrics by Shuhrid Shahidullah
35.
Como começou pouco importa/primeiro Lisboa/mas já antes Londres/camaratas/ trabalho agrícola/pernas e braços arranhados/cansaço para pouco dinheiro/ mas olhos de liberdade/que maior riqueza podes ter/Fridaybridge/dear fucking england dias e noites de autocarro/Calais/Dover/matar o corpo por quase nada/ mau tempo no canal/náusea/a ilha não se vê mas sente-se a terra/Paris à chuva/ Ir lá/voltar de lá/abrir os olhos nada mais./depois tudo parou/alguns anos/ Lisboa terra estranha/nenhuns amigos/e os estudos de tapar a boca/ tudo máscara/iniquidades/inquietantes desertos/garrote do ser/afogamento/ toda aquela gente emparedada/mas as noites/sim as noites sim/ Cais do Sodré/viajar/Jamaica Tóquio/Bairro Alto/murros no Gingão/ para aprenderes que nem tudo o que é humano é humano/ a actriz bêbada a cair em cima de ti nos pufs do Frágil/ o jazz do Hot para salvar/e os excessos de tudo/a boca sempre seca/correr para cair/ na vala comum falham os pés/tudo se apaga no abismo escolhido/ as fodas mal dadas o aplauso dos pequenos amigos/que te diziam ser os maiores/ quem é essa mulher que acordou contigo hoje?/que cheiro é ese/porque te beija ela? se cada beijo é mais escuridão? /o amor mais vomitado que o vino/ e depois ter de a mandar embora/cuspir tudo de novo/tapar os buracos com a luz que resta esquecer a besta dentro de ti/esqueceres-te de ti para te salvares/querer voltar atrás e não poder sair do corpo/voltar à faculdade/e ter cada vez menos ar/menos amigos/ mais excesso/mais solidão/ressacas pavorosas/ressacas de tudo/o terror de não te encontrar sempre a doer/fazer poemas ali/nos guardanapos dos restaurantes/sangrar ali e depois oferecê-los a quem quisesse/a mendigar que aparecesses/que reparasses em mim que me apanhasses do chão/mas onde estavas tu não estava eu/mais um dia com o peso da sombra dentro dos olhos/insuportável/ a pele dos dedos negra dos cigarros consumidos até ao osso/levar os poemas que sobravam aos jornais/ e depois mais só outra vez/ mais excesso/ler o livro do Al Berto e chorar páginas/sem dinheiro/nenhum dinheiro/ nem para comer/só/o natal a latas de feijão/no quarto só/Rua de Moçambique/ abrir os olhos para a fome/Anjos/sopa dos pobres/estrela Michelin/nunca te encontrei mudar de casa/ir para tua casa/a teu convite/mudar de universidade/ trabalhar precariamente/o Chiado a arder/e a cidade cada vez mais fría/ estudar de noite procurando sempre a tua voz para que pudesse falar/ desapertar o nó/as palavras difíceis na garganta/e depois ficar sem teto não poder pagar a tua hospitalidade/tu sabias/R. Elias Garcia - Venda Nova/ o meu amigo desapareceu-me/faltou-me na necessidade/quando o corpo caiu ao chão exausto exangüe/gravemente indefeso/com a alma à mostra no sol de Lisboa/sem casa/ sem nada/tudo se quebrou/urgência do hospital/acordar no inferno/nem lá foste/ e sair de lá passados días/perdoar-te/com a cabeça partida/ dorido secas de lágrimas/perdoar-te/não se via o camino/porque não havia camino/ deitar no primeiro banco de jardín a ver se tudo desaparecia de vez/ fechar os olhos até anoitecer/anoitecer com a noite/perdoar-te/ mais hospital/um ano isolado/um ano mais só ainda/drogas fortes/crimes cegos dias de escuro/não poder dizer nada/não poder sonhar nada/mãos a tremer/ deixar de escrever por não poder/depois mudar de letra/tudo a tremer/ sobraram dois amigos/meus irmãos e o mar/a praia escavada a letras grandes/ o teu nome/nem sabia como/com que destroços dizê-lo/aceitar o tempo/aceitar o destino/melhor que alguns/amigos mortos/ e desejar estar com eles/como antes/ou como depois/mas com eles/ rapar o cabelo/roupa preta/não compreender o preço das coisas/ justiça que não funciona/amigos mortos/ as palavras todas inúteis/o ar nos pulmões/azedo/terminar o curso para provar que se pode respirar debaixo de agua/sem botijas de oxigénio/e depois tu/ no Inverno do nosso contentamento/a caminho da Escócia/com botas de Verão/ primeiro Londres/o Rover alugado/cacetadas nos passeios de conduzir ao contrário até Edimburgo/num só dia de Dezembro/e depois tentar Inverness e conseguir Dunkeld/ neve nocturna tanta luz/camas de hotel com rodas/meu amor/ceia de Natal/ febre alta/bordeux rouge em vez de aspirina/ir à missa da meia noite/ e cantar-te amor/hymns and carols meu amor/na Escócia/Dunkeld meu amor/ Atholl Arms meu Amor/River Tay meu amor/ em Dezembro para fazer sentido e regresar/como se fossemos/como se pudéssemos de um para o outro ser a luz. Lyrics by Carlos Ramos
36.
dónde me habré ido yo en esta tarde de ausente sendero y aceda calma misterio solido, blanco, como un hueso. inadjetivable, como todo lo que nace Dónde sin aire y sin voz qué senderos fueron los elegidos los de mis pasos que no son míos en un sentir huérfano de cielo. Mi estancia es difusa, nada es lo que veo se acerca la fiebre sigilosa, indiferente se pierde el lucero Te regalo mi sueño mi patria verdadera la única que tengo regreso a la orilla madee de mi propria, bebo mi leche y duermo el día entero Lyrics by Andrea Espada Vadillo
37.
Rondava os meus pensamentos um cisne ensimesmado a exibir a plumagem. A negra delicadeza furtara à natureza todo o charme; tampouco se apercebera de que era parte dela. Ao ver-me ensaiou vôo, após, decidiu ficar; o palco bacia pouca ao assombroso espetáculo. Faceiro cirandava o cavalheiro, insólito na sua saga. As nadadeiras imersas propulsionavam a nave em infindáveis trajetórias; do centro às margens do lago e delas ao centro e adentro do paço central da alma. Sendeiro rasgava o plasma e imantava as águas, as algas que dormitavam entre gaivotas intrusas, que na infusão flutuavam. Texturas muitas ascendiam dos círculos que projetavam-se eixo afora, lançados ao meio avesso. Os meus olhos marejados, a vida é áspera (estrábicos). Os homens passam apressados pelas estações da vida, raros param. Transpôs-me da terra ao éter num austero frio decembrino, um sopro cortando os ares na ânfora do meu cérebro. Lyrics by Antonio Carlos Pastori
38.
escriurà un poema després de l’esmorzar torrada i mantega li demanen els dos nens escriurà un poema d’amor a la cuina que a tota violència s’oposi la tendresa escriurà un poema de xicoira i de fred de tovallons guants angines penellons escriurà un poema cremat davant el món immediat de cada cullerada de sucre escriurà un poema sota volts blaus sota cada lectura sota el somni de Sylvia escriurà un poema ens anem al col·legi fins a obrir les costures d’aquesta soledat blanca escriurà un poema el cap al forn encarregueu-vos dels meus fills i un gas cert i sublim Lyrics by Juan Carlos Elijas
39.
Foi encontrado um cadáver no rio os cabelos baralhados com o rosto os olhos muito abertos pelo futuro e o corpo dobrado pela fissura da tarde os enormes dedos inúteis e graves a boca cheia de limbos para abraçar as suas últimas palavras o coração parado na oração de um espelho onde se pode ver ainda a silhueta do barro onde deus pôs as mãos um rio plácido de afectos nesse lugar de morte e último da luz muito branca da noite do que resta do corpo mordido pelos peixes a natureza reflecte as suas próprias criações pousa nas mãos dos vivos o pássaro mais frágil. Foi encontrado um rio num cadáver. Lyrics by António Amaral Tavares
40.
En mi desayuno sólo hubo leche y farro/ se hincha el grano, comulgaría el yo de otro/ el tiempo es fecundo por las cosas que pongo en pie/ con una manga marina lucho/ el fósil de mi yo, un yo que crece con zarcillos en su médula/ un palo tutor hacia el cielo/ arriba una concha de noches abierta a los días que se estrían en el tiempo/ debajo un inmenso balde de vivencias/ el borboteo de la muerte en el four in dark in reds/ dios no entiende lo que digo/ cañas que se golpean y rozan/ ninguna se ama, pero siempre están juntas/ yo sólo veo el ciprés que él ve/ una lonja vacía como el cielo/ condenado a escribir siempre el una lonja vacía/ lo que sale del mar se tira/ que poema hoy, o densidad oscura hacia el sol, y para quien, a nadie, a todos, que carezca de fuerza, parezca apagado y nada diga/ las pasas sobre la mesa han tenido una larga historia/ las piscinas en invierno, y las siguientes formas de las noches cóncavas/ tengo frío, me piso el caballo/ techo de yeso. Lyrics by Miguel Angel Curiel
41.
o meu coração pertence às suaves raparigas de hopper – o corpo para o sol e o olhar em adagietto – o rosto longo de quem espera o amor ou o seu fantasma mulheres de traço urbano em humana espera esgotam o olhar esfíngico em lisas paredes de luz de quartos penetrados pelo sol mulheres de camas desfeitas como sonhos amolgados pela vida abismadas de sol ou esquivas na penumbra de um diner em poses suspensas de solitário requinte fixam o olhar através de fachadas indiscretas do lado de lá de uma janela que como espelho as duplica para dentro de si o foco de luz lânguido como o abandono no olhar submerso no lado de lá duma janela ou num tapete – braços e pernas repousados como o olhar não no mar mas em si mesmo – o ensimesmadolhar longínquo – o corpo entornado na tela aguardando o momento em que fora dela o fio da vida fará sentido sob um telhado pintado pela luz solitalitária ou o céu azul de uma manhã líquida num vago quarto com a janela virada para dentro o meu coração será de uma rapariga de hopper uma de membros longos como o olhar – habitada de fantasmas e com esqueletos em armários a estalar sob o sol ávida do amor que apaga os vincos da solidão – num quarto enjanelado como um espelho de que não consegue fugir apetece amar uma doce rapariga de hopper acarinhiciá-las de beijos na janela atravessada pelas lâminas impúdicas do sol quero a mão daquela que espera o fim da sessão de cinema sob o candeeiro que ilumina a penumbra de si arrastando-a para longe dali como ondas de rádio ante a cascata de luz do projectador – ninguém as olha do outro lado da janela na tela a solidão branca e espessa como o gesso dos tectos entranha-se no rosto amplificado pelo solofote – os pensamentos longos como os membros lassos ou os raios inclementes que intensificam os riscos vivos da solidão esperam femininas abandonadas num quarto onde o tempo se alimenta com a voracidade de moloch acariciadas pelos dedos vibrantes dos fios de luz que lhes emolduram a penumbra de se saberem a prazo de se saberem mulheres em lista de espera para uma sessão de angústia angulosamente aguardam dentrifora da tela numa esfíngica espera adormecida – são belas as raparigas de hopper (ah as doces raparigas adivinho-lhes lânguidas espreguiçadelas em lençóis com bafo mole na brisa da tarde e os transistores a ensurdinarem um be bop ou a julie “blondon” a segredar-lhes coisas do amor que sabe tão bem quando bem feito oh as doces rapaligas em cintas de hopper de be bopper edwardinando a tela em quartos onde espermiguincham debaixo dos lençóis apenas seus sobre molas que relincham de amor púbico teclando-se pastodedinosas num mano a mano pendovaginanelarmentre em pubimeiguices surdas ronronadas no vazio do quarto languidanalmente vespertinado pelo sol que ilumina de ternura exangue os rostos acesos como velas na clausura de quartos anónimos de janelas abertas na tarde penetrada de luz iluminando de sombra a noite dos sem-amor sós ali ao sol são as doces mulheres d’hopper – pintamadas pelo pincel impúdico do criador). Lyrics by Noel Petinga Leopoldo
42.
Del tamaño de un nido ¿Por qué cualquier cordón del zapato de una muñeca es una revelación? ¿Y cualquier sueño con una caja de deseos es una anunciación? Porque son las reliquias enterradas de mis identidades perdidas, con las que he de construir, por medio de palabras, los edificios futuros. Sylvia Plath Lo que una mujer llama “caja de los deseos” recoge lluvia fresca de los charcos y morfina del cauce del implacable olvido; atesora mañanas sin precinto, tréboles y cerezas que gotean despacio hasta inundar la lengua, hasta cruzar las piernas de la noche y herirse. Lo que la mujer reclama no es un cuarto propio ni es un lenguaje propio: despliega sus cuchillos y abre cada palabra como una ostra viva que se lleva a la boca, que le estalla en la boca con ímpetu salobre. La mujer que ha tallado la llave del deseo se abrasa cada noche hasta fundir sus alas. Nace como los astros, como una estrella funda mil nuevos universos que brillan un segundo; y un día se sumerge como un astro en el incendio último. Y su sueño es silencio glacial, definitivo. Lyrics by Pilar Blanco Diaz
43.
talvez de vez o receio por que anseio seja ser lido despido à força no recreio no meio do pátio para gáudio dos obstetras das vizinhas e à saída da missa o poeta escritor apanhado a escrever com um tomate ao sol uma inutilidade tão pouco atroz uma atrocidade tão útil como voltar os homens amam orifícios porque é que os homens amam orifícios? Porque é que escavam os próprios umbrais da noite? a noite electrocutada a noite em luz e o bréu no interior dos archotes brasas dedos olhos fendas Lyrics by Paulo Ramos o refúgio é sempre por dentro o refugiado vem sempre de fora
44.
চোখ (উৎসর্গ: গার্মেন্টস কারখানায় বিভিন্ন সময়ে অগ্নিদগ্ধ শ্রমিকদের প্রতি) আমার শরীর দ্যাখো পুড়ে গেছে জ্বলন্ত সেলাইঘর থেকে ঝাঁপ দিয়েছিনু পুড়ে যেতে যেতে পড়ে যেতে যেতে অন্তিমে আচানক হাওয়ায় উঠেছি ভেসে সম্পূর্ণ মিলিয়ে যাওয়ার আগে মোবাইল টাওয়ারে বসে দেখছি -- যতটুকু দেখা যায় তোমরাও দ্যাখো মা এসেছে অঙ্গার চিনে বা না চিনে ডেকে বেড়াচ্ছে নাম ধরে কিন্তু এখনতো আমার নাম থার্টি এইট. . . সিরিয়ালে. . . পুরনো নামে তাই সাড়া দিচ্ছি নাকো তবু দ্যাখো আমার দেহ পোড়া চোখে আমিও তো দেখছি তোমাদের Lyrics by Shuhrid Shahidullah
45.
白鲟挽歌 一道白光,穿越一亿五千万年 以一个恰如自在的旅行 把长江风物移入它自己的虚无 白鲟,为这个死去的寻觅 慢慢向后萎缩、干瘪 变成了一具时间的标本 它剑一般的长吻遍布的电感应,在消失中 很快,攀上了网络传媒的热搜 不亚于我们在遗忘中遭遇的必遇之物 我惊讶于它巨大体躯所释放的隐喻 它从未从“象鱼”的命名中挣脱出来 与陆地的大象、世界的世象和诗象 围绕各自不同的时光之轴 向着同一个时光机器的周围旋转 且毫无抵御能力地 潜行于梦游召唤的景致 就像腊梅正沿着我的时辰开放 但我试着搜集的香味,却被风吹散 一百年之后的今天,也无非如此 这生物种群行列一类的魅力 于人类而言,不在别处 只在它业已消失的行踪,因湮灭 显得愈加靠近,更为清晰 我所不明白的它消隐的所在 是什么在游弋、摆动 因它乌有的叫声,震颤着 在我心灵这儿,引起了尖锐的回应 --------------------- Elegy to Chinese paddlefish Like a flash of white light reflected from 150 million years ago Once it submerged itself in carefree voyages Like a collector, it embraced every wave in the Yangtze River, all the images and illusions passing by, frame by frame The Chinese paddlefish had been chasing them until its death until its history shrank to the size of a wrinkled peanut --It was reduced to a specimen, rarely seen and well-preserved Its paddle-like snout always detect electromagnetic signals from all directions, while we watch it dwindling into the distance It hit the headline so soon, with its complete absence Just like anything else that brushed against us and were lost in the currents of oblivion I was stunned by the metaphor it implied with its immense body It never sloughed the definition of its nickname “elephant fish” which had ordained that it would swirl around the axis of evolution in a weight-carrying way it resonated within a time machine Dreams were mirages so irresistible luring it on in sleepwalking in the same way that it blew wintersweet flowers into full bloom I tried to trace its fragrance, but it was lost in the wind so swiftly A century went by, but things have not changed much Deadly bewitchment of this species still lingers around in all the colonies of human Because its trail, which had long vanished after it like a plume of smoke now seems to be coming back, closer and clearer I can not tell what its life in seclusion was like during all the past years nor can I recognize what was flickering and fluttering before my eyes Its trembling voice can still be heard from the void and I hear it echoing sharply inside me. Lyrics by Sun Qian
46.
DESASOSIEGO Imperfecta, como soy, no sirvo de mucho aquí. Enajeno mis horas viendo correr el agua verde del río Júcar. Me he vestido de fiesta para salir al campo, esperaré que anochezca para desnudarme. Me pondré entonces la piel del lado oscuro de la luna, para que nadie pueda verme y existiendo, no existiré, tal como siempre quise. Me alimentaré del néctar de las flores, y me mentiré a mí misma, como hice siempre, creyéndome inocente solo porque me duele tanto la vida. Lo mejor de nuestros actos es lo que no hemos hecho. Tiempo inútil, pensaba antes, pero resulta mejor la ausencia, de lo bueno y de lo malo. La niebla y la bruma me ocultan de esta realidad áspera, mi alma se tiende en hierba cuando amanece. Y descansa la niebla y el rocío son mis lágrimas. Lyrics by Teresa Pacheco Iniesta
47.
O que de ti guardo é um lenço de pétalas encostado ao rosto e o meu coração minado pelo bater das próprias pancadas, o teu corpo em silêncio pousado na delicadeza da geometria perfeita, a tua mão de mulher a agarrar a minha camisa de menino. Onde estás? A água dobra-se para que passes as tuas ancas o teu sexo imprimem-se na areia voltas o rosto e perguntas: o que é?, e as palavras precipitam-se as pessoas podem morrer por muito tempo tu acreditas nisso e depois podem voltar. Uma alma pouco é duas almas são um mundo. Caminhas quando te persigo a teu lado esqueço-me do meu nome a minha boca queimada e sei que desapareceste de repente por detrás das colinas sobre a água. Alguém vem dizer que tenho a mão direita sobre o teu coração tão branco e que também se morre de contemplar a morte que além de grandioso é íngreme o paraíso. É então que partes nesse instante, meu amor, anjos cegos cantam a minha morte vejo a luz que chega estrangulada ao lugar de uma paixão terrível. Partes e a tua despedida grava-se para sempre na areia as coisas em volta respiram devagar mais lentamente com tristeza. Partes e escrevem-se as primeiras letras na noite antiga e as crianças voltam a cabeça para reparar na mortal maneira de te inclinares na partida com um beijo a minha camisa cheia de febre. Partes meu amor a pancada na água a luz encurvada a tua blusa de perfil as nuvens a afastarem-se as mãos ocupando-se em ter dedos Era Maio ou Setembro bom dia meu amor até já meu amor até logo meu amor até sempre amor meu. A noite segue de um lado para o outro as colinas afastam-se para dar passagem à tua ausência tremo de febre, viramos ao de leve a cabeça um para o outro ao longe depressa como se já dormíssemos e ainda procurássemos adormecer os pulmões cheios de água. No escuro a pureza mostra melhor a sua maneira de ser a tristeza bebe-se com as duas mãos juntas Oiço a noite chegar como uma floresta que avança por favor digo eu quero levar comigo esta morte dos pés à cabeça e entro pela floresta onde te deixei.   Lyrics by Pedro Paixão
48.
Disseco minh’alma inquieta Para entender o que sinto. Persigo as contradições Em versos que me incendeiam E dirijo-me às fronteiras Em porre de absinto. Enlaço a mal amada, Que nas teias sacoleja E ausculto os seus temores os rubores, os cochichos. Escalpelo a epiderme Do verme que serpenteia E após profunda incisão Vasculho os gânglios, as veias. Extirpo-lhe os recheios, Os favos, o calor das vísceras; Com tato, descarto o fel, Não me agradam amargores. Em cascata que não cessa, Jorra o sangue do poeta Pré destinado aos pulmões O vinho salta-me aos olhos. Banha-me as mãos em rouge E turva minha visão. Apresso-me na operação Temente pelo fim trágico. A empalidecida resiste Entre suspiros e vertigens E clama por sobrevida Aquieta-te desalmada. Ordeno e não sou atendido. Vascularização impossível; Sem culpas empalho a desdita. No obituário registro, Mortis causa: Almicídio Lyrics by Antonio Carlos Pastori
49.
Los otros poetas Tu coño de gaviota azul se levanta entre dos alas y alza el vuelo, en mis manos queda el hueco de lo que no tuve, esto lo podía haber escrito Louis Aragon pero ese día estaba en una reunión del comité central; tus pies de cebra pisan la playa cuando el sol muere, hay otras puertas tendidas al amanecer como ángeles marinos, pero estos versos no los pudo escribir Breton, volaba hacia México seguido de cerca por un miembro del comité central; y así un corazón en llamas arde sobre Paris mientras ella muere entre mis brazos nunca serán versos de Paul Éluard, ese día estaba rompiendo en mil pedazos el carnet del PCF; la vida nos fue poniendo en su sitio a ellos, y a mí me dejó esta guita verde y larga de peonza obsesiva y bailarina que sale viscosa de mi boca y danza sobre las arenas ardientes, mientras jóvenes cicutas con la lengua negra leen versos sacados del cráneo amarillo de Rimbaud: no podré pisar las plazas, la mujer con sombrilla camina junto al burgués sus guantes de armiño recogen delicadas hojas sobre los adoquines dorados del otoño. Crecen los días y hoy es tan fácil morir como vivir. Las venas del poeta se llenan de zapatos rojos de uñas postizas y nalgas de mujeres excitadas; envuelto en papel de periódico hay un posible poema de Verlaine que nunca leerá aquel obrero de la Perkins: “Caballo negro sobre caballo blanco, el mulo transparente su hocico empapado de hierbas rumia una soledad de siglos compartidos con un largo deseo y al caer la noche sus lágrimas empapan el pesebre”. La luna sale cada noche tan sólo para mí. Los otros poetas me protegen del miedo en este amenazante siglo vocinglero. Reúno piedras, pequeñas piedras. Levanto una solemne barricada. Lyrics by Tomás Rivero Fernández
50.
Tudo o que o camião do lixo leva de mim na sua indomável rotina de limpeza a minha tripa talvez que descansava na fuga da noite digo tudo o que leva de mim voltará a levar no dia seguinte e no outro e depois. Fígados exangues e dias perdidos e abandonados levam pedras de medos cardos de botas de horas vazas coisas que cheiram mal até que as palavras me sejam permitidas para lá da disfunção que as torce o medo a morte e a culpa de as tomar como transparentes. Lyrics by António Amaral Tavares
51.
IV En plural, con la ingrávida glándula segada en su raíz humanamente, los pómulos se parten de tanto equivocar el pan de boca. De nervios que llegan hasta el hueso el átomo rabioso se revuelve. XVI Mi renta básica se compone de: una boca de piojo que dispara poemas un mendrugo de pan muy educado una rosa tuerta que mira de soslayo dos sucias pantomimas y un biombo. Permítanme que escupa sin batuta, se me perdió un bemol por el camino. XXII ¿Se te olvidó mi nombre en la maceta de la yerbabuena? Acabo de perder un abanico, duermo de pie sobre la báscula como cualquier hijo de gerundio. Si me desvelo agito ingenuamente un calcetín en el balcón.   VIII Dos lágrimas de trigo en el bolsillo son la raíz cuadrada de la melancolía. Donde el tabú desnudo se coloca su traje de sintagma hacen la fotosíntesis los locos.   XLI Tengo palabras danza. Sé para qué las quiero. Se mueven o van determinadas a desmentir ideas de pies ligeros. Me acompaña una sombra al mediodía, un ritmo íntimo, un caudal secreto.  LI Como el alma porosa de los niños hecha toda de mimbre, permeable a la vida, así, con la amígdala atenta y sin corazas me someto a la duda, la pervierto de alas. Por si me queda en peso sobre las manos frías el tibio corazón de un ave oscura.  Lyrics by Manolo Marcos
52.
Creio no destino da poesia, nos labirínticos perigos. por ser fiel ao homem total, que sou, no infinito da minha alma humana. Creio na solidão como morada, quando vou pelo lado de dentro das palavras; eruditas e elegantes, adversas à obtusa voz corrente. Creio, no insaciável fogo criador que me liberta nos dedos a tumultuosa urgência da escrita; subtil e impregnada de tempestades, por dentro dos sentidos... Creio nos aromas e nas cores, como na magia da luz pérola e baça sobre um corpo desnudado, ecoando no prisma da chuva no bojo da noite, lembrando que o pudor do silêncio é o cândido fulgor, na perfeição circular que a liberdade, pelo seu interior, ainda tem. Creio no tempo próprio de existir; agora e sempre. Amém! Lyrics by Manuel Neto dos Santos
53.
Y ahora, en este pequeño remanso de tiempo, solo quiero la paz de mi casa con él en su centro tan blanco. Solo quiero el firmamento que ha ido forjando con sus manos, que no tenían nada, más que estrellas hilvanadas de noche que cada amanecer se fugaban. Mientras yo solo soñaba, ausentándome, él construía un lecho de hojas verdes para que a mi vuelta pudiera descansar de utopías que se me van deshaciendo como humo, como bruma, en cada viaje. Ahora, después de darme una vuelta ahí afuera, en la estratosfera de mi alma, finalizo el paseo entre escarchas de bosques, entre soles que ciegan con palabras de fuego junto a un océano distante del centro de la tierra. Vuelvo y ato a ti mi cintura, voluntaria, con cintas de raso de todos los colores azules, donde ya quiero quedarme enredada. Lyrics by Teresa Pacheco Iniesta
54.
Cardeal: Louvado seja o Senhor louvado seja o seu Santo Nome louvado seja vem ao teu Santo Pápa beber o meu pontífice leite vem larga esse cruel varão e abraça-me beija esta carne da tua carne e comemoremos a minha eleição Teodora hoje é o último dia do temor terreno Libertem o fumo branco Teodora: Não bebas tanto senão passas a noite a desfazer-te em mijo e em ejaculações precoces então sempre é verdade o meu anjinho vai ser coroado confirma-se o rumor só não percebo essa coisa de me chamares Arrependida Cardeal: Adoro-te quando me bates e insultas mas vezes sem conta me prometes que abandonarias a tua vida terrena para como primeira dama me sentares à direita da Virgem Maria Nossa Mãe Santíssima ou já te esqueceste Arrependida Que se passa sentes-te mal? Teodora: Doi-me a barriga acho que me apetece fazer Cardeal: Milagre Milagre Libertem o fumo branco Vai ser hoje que vou comer Faz aqui amor faz nas minhas próprias mãos Melhor Caga directamente na minha boca Meu Deus, perdoai-me se peco Mas agradeço a audição das minhas orações Libertem o fumo branco Teodora: Come amor da minha vida Passei o dia a comer fibras E iogurtes Come Come Come Cardeal: Mas que merda é esta Cheia de preservativos Mas delicioso Teodora: Come Come Come E cala-te Come A tua deliciosa heroína. Lyrics by A. da Silva O.
55.
1. 必须悬停在宇宙中 才能俯视这颗蓝色的星球 必须站在50亿年的尽头 才能看清 火中冷静下来的熔岩 如何沉淀 变为一颗水覆盖的地球 只有回到时间和空间的原点 才能够看清 东方的天空下 那一座危卵般的存在 如何屹立在苍老而又年轻的星球上 “我不是危卵 我是扎根在地球上的一根刺 恰巧扎在地球上最痛的穴位 一旦拔出 整个东方就会瘫痪” 这是泰山的声音 苍老而又无力的辩解 他说出了一个早已存在的真理 一个无法自证的抵达 这块土地上的原住民 为泰山专门造了一个名词:岱 他们把所有的大 巨大 伟大 都捧给了他 给了他所有的骄傲 远在南半球的人们 把他称之为 Mount Tai taishan Mount 不管如何发音 都指向北半球的这座山 这座面向大海 独立东方 的大山 2. 他是地球的长子 是最早被上苍垂青的地方 太古代的星球上 海水高过陆地 在那片凹陷的海槽里 泥砂物质和火山岩堆积成20千米的厚度 海水一波一波摇动 好像摇着一只空摇篮 等待着第一个儿子的降临 这是被后人指认的时间:24亿年前 一场命名为“泰山运动”的地壳运动 让泰山从海水里诞生 露出稚嫩的头颅 这是古老泰山第一次露出原始容貌 强烈地崛起 带着地球赐予的基岩 不断抬升 岩石不停地褶皱、扭曲、断裂 岩浆如沸水 强烈的区域变质 超基性 基性和酸性的各种混合岩石 正在一一诞生 他的成长 势不可挡 此后的18亿年里 泰山在高于海面的地方被不停地风化 时间终于将它磨平 浑圆的泰山 成为站立的长子 基因里 刻下了太古代28亿年 黑色的烙印 3. 6亿年前的寒武纪 一个被地质学家标记的时间节点 海水又一次覆盖在山和山脉之上 他和华北大平原一起 再度沉陷海底 时间从来不会多走一分 也不会少走一秒 在我的诉说里 一亿年的时光过去了 奥陶末期 泰山又缓慢上升 沧海再度成为陆地 忽而为山 忽而为水 交替的成长与交替的淹没 山在海里 默默积攒着气力 在纠结的光阴里 山与海 互为成全了自己 4、 拥有28亿年最古老的基石 泰山 将自己的根 深深插进地球的深处 或者说 他本来就是一块古老的岩石 此刻地壳已经分离 太平洋板块朝向亚欧大陆板块 不停地 俯冲和挤压 燕山造山运动被一次次提起 断裂、皱褶、地层扭曲着 挣扎着 一条横贯百公里的泰前大裂横 亘在泰山面前 成为他断臂求生的证据 他快速地向上挺起 向上…… 他终于摆脱了漫无边际的 水的没顶 摆脱了 古老岩石的牵绊 他抖落浑身上下覆盖的杂质 裸露出古老的泰山杂岩 并以此作为 支撑的骨骼 经脉和精神 成为峰峦和高崖的高度 成为山的 主体 5. 他从来就不是一座孤立的凸起 他是地球的宠儿 泰山运动 成就了古泰山的初容 中生代的燕山运动成就了他雄伟的基础 而新生代的喜马拉雅山运动 成就了泰山独一无二的高度 3000万年的崛起 他与喜马拉雅山一起向上 步步升高 悬崖 峭壁 深沟 峡谷 他从未缺席过地壳的每一次剧烈变动 和所有澎湃恣意的 激情 6. 此后一万年的时间里 神话走了进来 开天辟地的万物之祖盘古 死后把头颅留在了东方 成为东岳泰山 他的传说幻化成史书的文字 新石器时代 手握石斧的东夷人来了 与蚩尤大战的黄帝 也在泰山上问道于玉女 还有神龙不见首尾的72位君王 依次走过泰山的山路 他们走在时间的岸边 以人的形象 与这座大山一次次相遇 在石头上刻满文字 这样的传统 始于东方的始皇帝 片麻岩 角闪岩 混合花岗岩 泰山上2000多块 痕迹深浅不一的石头上 刻满了东方特有的方块字 这座年轻的山 正以每一百年十公分的速度 依旧生长着 时间在这里 苍老着年轻着 舒缓着 急迫着 他忽视了法则 又在确立着规范 在一块石头里面 我能看到不同年代的熔浆 相互侵入 然后融为一体 就像世界从有过的经纬分明 他就是泰山 他是模糊的 也是清晰的 他站在那里 好像一根针插在古老的东方穴位里 一旦拔出 整个东方文明便会瘫痪 他立在那里 从24亿年前直到当下 默不出声 仿佛所有的一切 都从未发生 --------------------------------------------- Mount Tai, Overlooking the Sea from its Summit 1. Only when you stay suspended in the universe can you serenely look back on this blue planet and only when you stand at the end of a span of 5 billion years can you watch carefully how lava cooled down in frenzied fire and smoke and how the earth became a globe covered by water Only when you trace back to the origin of space-time can you discern a steep complex made by combinations of geological units standing under the eastern sky on this aged but youthful planet “I am not a pile of eggs but a thorn stemming from the earth stinging in its most sensitive acupoint If it were pulled out The Big East would fall down.” That was the voice of Mount Tai an antique and doubtful assertion He has unveiled the long-neglected truth which has arrived at its destination without being able to prove it Natives on this venerable land created a word for this mountain: "岱" They honored him with all the glory, grandeur and greatness that they could offer, and all their pride in him People on the other hemisphere of the world call him "Mount Tai" "Taishan Mountain" However their shapes differ They all indicate this great mountain in the Northern Hemisphere which rose in the East of China facing the sea 2. He is the first-born son of Mother Earth, the first spot Creator cast His eyes upon Back in Archean Eon, when the surface of this planet was still submerged under vast water From a trough deep underneath Sediment and lava piled up to a height of 20 kilometers While waves of the sea rose and fell as if rocking an empty cradle waiting for the upcoming baby That is what the geologists have written in the books: 2.4 billion years An earth crust movement called "Mount Tai Movement" lifted him up, high above the waves with his new-forged head That was the first time he ever showed his primeval features He rose with great strength upward from the gneiss base built by Mother Earth He heard the rocks being folded, distorted and torn apart boiling lava seething and roaring, there were accreted terranes Ultrabasic rocks, basic rocks and various kinds of acidic rocks They were at their embryonic stage He grew with unstoppable vigor… In the following 1.8 billion years Mount Tai was weathered heavily, standing aloft above the sea level Time has polished his body which was as smooth as that of a saint. He had become a young man In his genes, there were traces left by 2.8 billion years since Archeozoic 3. Cambrian Period, 600 million years ago a node in time specially marked by geologists Sea water flooded over mountain ranges He sank to the bottom again together with North China Plain Time never increases or decreases When I am narrating this long legend to you Another 100 million have elapsed During late Ordovician, Mount Tai started rising again out from the sea, now his head above the water surface He had been switching between “mountain” and “sea” mode either growing or subsiding A mountain blossoming from the sea bottom, conserving his energies through the flow of time He became a sphinx 4、 With his foundation stone laid upon the 2.8-billion-year-old frame of the earth Mount Tai, rooted deep into the hard crust or he was a giant hard rock himself The plates were splitting The pacific plate moving towards the Eurasian Plate, diving and thrusting There was the Yanshan Orogeny, which were mentioned time and again afterwards There were folding and faulting, twisting and struggling between the layers The Great Rift Valley, which runs for hundreds of kilometers in front of Mount Tai was an evidence of his attempt to break away He soared up with shocking speed And finally he tore apart the shackles of water on his feet and the ropes of bothering old geosphere He shook the dust and cinders off his skin revealing his muscles and bones-- beaten by checkered life but only became stronger--veins and spirit that support his entire existence He grew to a height that great summits and precipices should be He was the major structure of a mountain ever since 5. He never was a lonesome, grotesque silhouette He was the beloved golden boy of Mother Earth It has been cast, carved and creased to become this spectacular and through Himalayan Orogeny he became a skyscraper 30 million years of self-elevating pulled Himalaya upwards along with him inch by inch cliffs, peaks, valleys and canyons He was never absent from any of these great crustal movements Nor has he abandoned the fight in him 6. In the last ten thousand years mythologies emerged Pangu, who divided the heaven and the earth Left his head in the east when he died, which turned into Mount Tai His story was repeated by hieroglyphicals In Neolithic times Barbarians invaded from the east, hatchets in their hands The Yellow Emperor, who defeated the king of Chiyou had once consulted Bixia Yuanjun, the Goddess of Mount Tai for advice There were also 72 mysterious emperors walking through the road to the top to offer sacrifices It felt like they were walking along the banks of Time They said their prayers like common people whispering to their protecting god The cliff-side and stone inscriptions dates back to the emperor Qin Shi Huang Gneisses, Hornblendite rocks and mixed granite You can see these square-shaped Chinese characters today with their calligraphic strokes, deep or shallow over 2000 tablets and rocks This energetic mountain is still growing today at a speed of 0.5 millimeters per year Time is lingering around here, with its time-honored vitality with its smooth fervency He despised old regulations but created his own canons Lava from different geological ages can be detected from the same stone They have permeated and mingled with each other like longitudes and latitudes always meeting each other somewhere in the world He is Mount Tai a mountain both vague and clear standing there in history like an acupuncture needle in one of the oriental points once pulled out, the whole oriental cultural system would be paralyzed He has been standing since 2.4 billion years ago in silence, as if nothing has ever happened to him. Lyrics by Xia Haitao
56.
Ela segue em frente pelo areal, no meio a noite, e depois deita-se sobre a areia escura e o mar louva a sua beleza. Trazia uma gabardina branca. Pede-me que a agarre ao colo e eu agarro-a ao colo e embalo-a até perder as forças e caio com ela sobre a areia escura, a gabardina branca. E o mar louvava a sua beleza. Digo: Não é possível beijar-te. A proximidade impediria de te ver. Para te beijar tinhas de deixar de ser tu para seres uma qualquer. Ninguém jamais te poderá beijar. E sinto-a estremecer e arrependo-me e beijo-a. Lyrics by: Pedro Paixão
57.
Não sei já dos teus olhos A cor que enegreceu o dia Da madrugada de luz o derradeiro fulgor A relva crescerá Sobre a marca abandonada Dos teus pés As minhas mãos serão órfãs Do orvalho breve Do teu olhar A relva crescerá Sobre a marca abandonada Dos teus pés As minhas mãos serão órfãs Do orvalho breve Do teu olhar Na madrugada de luz um derradeiro fulgor Lyrics by: Noel Leopoldo
58.
dizem que é de ouro mas tem de ser dito e tu não te calas nem falas tornaste-te num grito falas de cor falas de actor mas não encontras as deixas para quebrar o silêncio inocência ou incêndio no melhor do teu corpo dizes que é dor o teu riso na saída de emergência falas de amor na noite de um acto mas já não encontras as deixas para quebrar o silêncio tremes à luz do palco esqueces a vez do poema mas não há problema apenas um aplauso e és engolido pela boca de cena quando não sabes as deixas para quebrar o silêncio letras forma teleponto olhos palavras demais espanto e espasmo a fingir são prazeres triviais no cair do pano na paz de papel já não encontras as deixas para quebrar o silêncio Lyrics by: Paulo Ramos
59.

about

Collection of poems spoken by the authors with music composed and produced by Paulo Chagas

credits

released January 22, 2023

Paulo Chagas - flutes, oboe, clarinets, saxophones, piano, guitars, bass, ukulele, percussion, synth and electronics

Special guests:

- Sharmin Khan Gini - vocals (3)
- Elisabetta Lanfredini - vocals (24)
- Lavínia Roseiro - vocals (57)
- George Christian - vocals (58)
- Clara Fonseca Borges - spoken word (13; 30)
- Fernando Simões - trombone (23; 36)
- João Madeira - doublebass (4; 17; 33; 37; 45)
- Rui Santos – drums (5; 28)
- Pedro Chagas - viola braguesa (42; 46)
- Paulo Duarte - guitar (14; 16; 41)
- Vasco Patrício - guitars (57)
- Matthias Boss - violin (17; 37)
- Jerome Poirier - viola (17; 37)
- Paulo Curado - saxophone (17; 37)
- José Bruno Parrinha - alto clarinet (17; 37)
- João Pedro Viegas - bass clarinet (17; 37)
- Sergio del Palacio - guitar, piano and composition (51)
- Manolo Marcos - soprano sax and composition (51)
- Fernando Lino - spoken word (47, 56)

Cover original drawing by Ana Bettencourt

license

all rights reserved

tags

about

zpoluras Portugal

Zpoluras is dedicated to promote and release a diversity of contemporary art products in their most exploratory aspects. This is our truth. This is our aesthetic choice. This is our way of sharing art and culture. It is possible that Zpoluras can contribute to a more free and enjoyable world. ... more

contact / help

Contact zpoluras

Streaming and
Download help

Redeem code

Report this album or account

If you like Sal, you may also like: